segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Cliché

Para mim, um cliché é algo que se faz e por tanto se fazer, torna-se sem sentido. Por se tornar repetitivo, perde toda a importância quando é dito ou feito e já não causa o impacto desejado. Estive a pensar nistos dos clichés e cheguei à conclusão que há momentos em que eles até podem fazer sentido. E podem ter até a sua importância e marcarem, de facto, a vida das pessoas.
Pensei, sobretudo, quando estamos apixonados. Quando amamos uma pessoa, tudo na vida faz sentido. O mundo faz sentido! E tudo o que antes pensávamos ser uma piroseira, de repente, torna-se no mais original que nos podia acontecer: um passeio de mãos dadas numa praia ao pôr-do-sol; a partilha de uma maçã do amor numa qualquer feira ou parque de diversões; a marcação numa árvore dos nomes dos apaixonados, envoltos num coração trespassado por uma seta; a dedicatória de uma canção interpretada, mesmo que num tom desafinado, num karaoke, sendo essa mesma música um tanto ou quanto foleira; um pedido de namoro/casamento plasmado num ecrã gigante de um estádio de futebol completamente cheio; o ramo de flores nos dias especiais, ou só porque sim (ou porque não?); as frase feitas a pensar nos namorados, decoradas e ditas ao ouvido... Porém, o maior dos clichés que continua a fazer sentido (quando é sentido) é, apenas e só, o "amo-te".

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