Encontro-me num beco sem saída. Tudo porque me meti num jogo que não sei jogar. No início, pensei que sim. Decidi arriscar, não tinha nada a perder. Entrei para ganhar. Sentei-me, confiante no jogo que me ia calhar, adquiri a arrogância natural dos jogadores. Olhava para os meus adversários de soslaio, na esperança de tentar perceber as suas jogadas, de notar os seus tiques característicos. Olhava para a minha mão, certa de que ia fazer uma grande jogada. Um full house, como se diz na gíria. Mas havia qualquer coisa que não estava bem. Sentia o meu coração mais acelerado do que normalmente acontecia. Só depois, com o desenrolar do jogo, realizei que os truques me escapavam. Que mais depressa apanham o meu bluff do que eu consigo fazer poker. Que em vez de gritar "GIN!", grito... tiro no porta-aviões! E é aí que me fazem xeque-mate! Tudo porque estou confusa... e não sei que jogo estou a jogar. Deixo cair os "ases" escondidos na manga, faço jogadas previsíveis com os meus peões, ponho em xeque o meu Rei, afundo a minha frota naval... Tudo porque as regras estão baralhadas... ou então as regras mudaram, desde a última vez que joguei. Há muito tempo que estou "fora-de-jogo" e há jogadas que para mim são totalmente novas... Pensei que fosse como andar de bicicleta, que nunca nos esquecíamos. Tola... Se tudo evolui, porque não haveriam de evoluir também as regras do jogo?
A verdade é que ás vezes apetece-me imenso jogar este jogo. Há dias em que me sinto cheia de sorte, e sinto vou dar uma "abada das antigas"! Mas há outros em que tanto azar parece mentira... E que só me apetece abandonar a mesa antes que perca tudo o que tenho e o que não tenho. Mas o jogo, tal como qualquer outro vício, é difícil de largar. E quanto mais nós pensamos que estamos a ganhar, mais queremos jogar, e quanto mais nós pensamos que temos os trunfos todos e que a mão é nossa, mais difícil é deixar de jogar, e quanto mais nós pensamos que a nossa próxima jogada vai pôr o adversário em xeque, mais baixamos as nossas defesas e mais nos tornamos vulneráveis... Neste jogo, sei que não sou eu que dou as cartas. Mas, desta vez, só vou a jogo, se tiver mão para isso.
A verdade é que ás vezes apetece-me imenso jogar este jogo. Há dias em que me sinto cheia de sorte, e sinto vou dar uma "abada das antigas"! Mas há outros em que tanto azar parece mentira... E que só me apetece abandonar a mesa antes que perca tudo o que tenho e o que não tenho. Mas o jogo, tal como qualquer outro vício, é difícil de largar. E quanto mais nós pensamos que estamos a ganhar, mais queremos jogar, e quanto mais nós pensamos que temos os trunfos todos e que a mão é nossa, mais difícil é deixar de jogar, e quanto mais nós pensamos que a nossa próxima jogada vai pôr o adversário em xeque, mais baixamos as nossas defesas e mais nos tornamos vulneráveis... Neste jogo, sei que não sou eu que dou as cartas. Mas, desta vez, só vou a jogo, se tiver mão para isso.
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