Se a independência não fosse uma coisa importante, não haveria tantas guerras para a conseguir. Não seria tão saborosa a vitória nem tão celebrado o dia da sua conquista. À medida que crescemos, ambicionamos a liberdade, o desprendimento, a independência. Quremos ser livres para podermos fazer o que quisermos, sem ter que dar "cavaco" a ninguém. Mas nunca niguém é totalmente livre. Toda a gente gosta de voltar ao ninho de vez em quando. Não há ninguém que não goste de um aconchego. Todos gostamos de ser amados. Há um certo calor que só pode ser transmitido num abraço apertado. A segurança de uma carícia é inqualificável e inquantificável. Silêncios reconfortantes, olhares apaziguadores. Nunca deixamos de querer que cuidem de nós. Porque isso significa que há (mais) alguém no mundo que se preocupa conosco. No fundo, somos dependentes de afecto. Em termos de amor, não somos nem nunca seremos auto-suficientes, havemos sempre de precisar de alguém que nos ame. Carecemos dessa bilateralidade, do duplo sentido, do vai-e-vém do sentimento.
Há vazios, há buracos que só o amor preenche. Há paredes que só são erguidas utilizando este cimento.
Há vazios, há buracos que só o amor preenche. Há paredes que só são erguidas utilizando este cimento.
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