segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Cliché

Para mim, um cliché é algo que se faz e por tanto se fazer, torna-se sem sentido. Por se tornar repetitivo, perde toda a importância quando é dito ou feito e já não causa o impacto desejado. Estive a pensar nistos dos clichés e cheguei à conclusão que há momentos em que eles até podem fazer sentido. E podem ter até a sua importância e marcarem, de facto, a vida das pessoas.
Pensei, sobretudo, quando estamos apixonados. Quando amamos uma pessoa, tudo na vida faz sentido. O mundo faz sentido! E tudo o que antes pensávamos ser uma piroseira, de repente, torna-se no mais original que nos podia acontecer: um passeio de mãos dadas numa praia ao pôr-do-sol; a partilha de uma maçã do amor numa qualquer feira ou parque de diversões; a marcação numa árvore dos nomes dos apaixonados, envoltos num coração trespassado por uma seta; a dedicatória de uma canção interpretada, mesmo que num tom desafinado, num karaoke, sendo essa mesma música um tanto ou quanto foleira; um pedido de namoro/casamento plasmado num ecrã gigante de um estádio de futebol completamente cheio; o ramo de flores nos dias especiais, ou só porque sim (ou porque não?); as frase feitas a pensar nos namorados, decoradas e ditas ao ouvido... Porém, o maior dos clichés que continua a fazer sentido (quando é sentido) é, apenas e só, o "amo-te".

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Cry me a river


... I cried a river over you...

sábado, 6 de janeiro de 2007

Porquê?

Que tem de ser assim? Que tenho de sofrer? Que não posso ficar contente só com o que tenho? Que tenho de querer o impossível? Que choro sem motivo aprentemente nenhum para os outros e de importância vital para mim? Que não me olhas como devias olhar? Que não me roubas um beijo? Que não sussuras aos meu ouvidos palavras proibidas, desejos incontáveis, sensações esquecidas? Que me olhas como se fosse transparente e me perfuras o peito com o teu terrível e mortífero olhar de desprezo? Que não me amas? Que não te apaixonas perdidamente só para me poderes provar que, de facto, o amor existe e não é simplesmente uma "história da carochinha" contada às crianças para elas dormirem e terem sonhos cor-derosa? Que não me encostas à parede e respiras, sôfrego, para cima da minha face coberta pelos meus cabelos que a tapam devido à força com que me empurraste, me prendes as mãos por cima da minha cabeça e apenas me olhas... deixando-me com uma vontade incontrolável de te beijar, de te dizer que sou tua? Que, no final do dia, penso "foi só mais um dia" e te imagino nos braços de outra, perdido nos braços dela, caído no completo esquecimento da minha presença? Que sinto o teu cheiro, mesmo que a distância a que me confinaste não me permita sequer distinguir o teu perfume? Que sinto teu toque, mesmo que o mesmo tenha durado menos de o segundo na minha pele? Que enfrento o teu olhar, com medo que ele me prenda mais do que eu já estou presa? Será que estou presa? Eu não meto na cabeça que pode ser tudo apenas uma ilusão... e que esta ilusão se está tornar perigosa e está a comandar a minha vida, não me deixando viver a realidade? Que eu não percebo que tenho tanto para ser feliz e só me agarro ao que não tenho e isso me torna infeliz? Porquê?