sábado, 6 de janeiro de 2007

Porquê?

Que tem de ser assim? Que tenho de sofrer? Que não posso ficar contente só com o que tenho? Que tenho de querer o impossível? Que choro sem motivo aprentemente nenhum para os outros e de importância vital para mim? Que não me olhas como devias olhar? Que não me roubas um beijo? Que não sussuras aos meu ouvidos palavras proibidas, desejos incontáveis, sensações esquecidas? Que me olhas como se fosse transparente e me perfuras o peito com o teu terrível e mortífero olhar de desprezo? Que não me amas? Que não te apaixonas perdidamente só para me poderes provar que, de facto, o amor existe e não é simplesmente uma "história da carochinha" contada às crianças para elas dormirem e terem sonhos cor-derosa? Que não me encostas à parede e respiras, sôfrego, para cima da minha face coberta pelos meus cabelos que a tapam devido à força com que me empurraste, me prendes as mãos por cima da minha cabeça e apenas me olhas... deixando-me com uma vontade incontrolável de te beijar, de te dizer que sou tua? Que, no final do dia, penso "foi só mais um dia" e te imagino nos braços de outra, perdido nos braços dela, caído no completo esquecimento da minha presença? Que sinto o teu cheiro, mesmo que a distância a que me confinaste não me permita sequer distinguir o teu perfume? Que sinto teu toque, mesmo que o mesmo tenha durado menos de o segundo na minha pele? Que enfrento o teu olhar, com medo que ele me prenda mais do que eu já estou presa? Será que estou presa? Eu não meto na cabeça que pode ser tudo apenas uma ilusão... e que esta ilusão se está tornar perigosa e está a comandar a minha vida, não me deixando viver a realidade? Que eu não percebo que tenho tanto para ser feliz e só me agarro ao que não tenho e isso me torna infeliz? Porquê?

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