domingo, 24 de fevereiro de 2008

E grito



Sinto o toque do chão

Mergulho na areia fria

Vejo ao longe o céu urgente que esta a gritar
Perco as horas sinto as ondas pulsar de vida

Suspeito que e este o meu lugar


Rasgo a pele, quero ser nada

Quero despir me de mim, reencontrar a alma

Rasgo a pele, quero ser nada
Quero despir me de mim, reencontrar a alma e grito...


Sinto o sangue fervente, sinto a alma vazia

Respiro fundo a sinto o chão secar-me a pele

E um sopro dormente que quebra a nostalgia

E um mar de riso e choro, quadro de papel


Rasgo a pele, quero ser nada

Quero despir me de mim, reencontrar a alma

Rasgo a pele quero ser nada
Quero despir me de mim, reencontrar a alma

Quero fugir, quero me libertar

Quero sair, procuro resgatar, o que resta de mim
Quero fugir, quero me libertar

Quero sair, procuro resgatar, o que resta de mim

E grito, e grito

E grito, eu grito

Razão e resposta

O que fazer quando as coisas já não são como nós as pintámos? O que é que acontece quando a realidade se torna outra diferente da qual sonhámos? Quando o "para sempre" só foi eficaz durante escassos meses? Quando descobrimos que não somos perfeitos e, surpresa das surpresas!, até temos defeitos? Que, afinal, não somos autómatos, mas "simples" seres humanos"? Quando o nosso maior medo ameaça bater-nos à porta?... O que é que acontece? Há coisas para as quais eu não tenho resposta e para as quais eu precisava de as ter. Eu sei que nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser... mas há coisas que a própria razão desconhece que acontecem. E eu própria, a curto prazo, não vejo razão para elas acontecerem. Frequentemente, sinto-me perdida e angustiada porque me faltam respostas. Frequentemente, sinto-me cansada e frustrada porque perco demasiado tempo à procura de respostas. Bem mais do que frequentemente, sinto-me bem e é muito fácil encontrar um sorriso nos meus lábios. Pensando bem, frequentemente (e ultimamente!) sinto-me feliz e até tenho razões e respostas para isso! Mas, há dias e dias. E nos dias em que decido lutar comigo, eu saio a perder. Vou para o canto do ringue, refrescam-me, incentivam-me, mas sei que não estou pronta para outro "round"... a minha adversária é poderosíssima, conhece-me com ninguém, sabe os meus pontos fracos... dou por mim de olhos no céu, contagem até 10 e... K.O.! Acabou mais uma batalha, mas a guerra continua. É uma constante... e eu, que até sei a razão e a resposta que justificam este combate, não o consigo terminar. Não o consigo terminar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

ATENÇÃO! este post contém linguagem considerada chocante.

Há poucas coisas que me tiram do sério... e tu sabes disso. Mas o trânsito é uma delas. E como este "estaminé" serve para eu (também) desabafar, à minha maneira, e já que não o pude fazer, durante todo o dia, cá vai:
FODA-SE!!! Duas horas para chegar ao emprego?! Uma MERDA de um pára-arranca que nunca mais arrancava e ainda por cima uma PUTA de uma vontade incontrolável para fazer chichi?! Ninguém merece... que desespero!!!


AAAAHHHHH much better :-)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mas eu tenho a minha filhinha à espera... está sentada em cima da minha cama, encostada às almofadas, com o seu vestidinho cor-de-rosa e os seus totós que prendem os seus caracóis louros, por debaixo de um chapéu também ele rosa. Não, não me podem levar agora, não agora que eu ia brincar com a minha bonequinha. E quando ela estivesse a dormir, eu iria brincar com outra coisa: com o meu Nenuco e o seu carrinho de bebé, com as Barriguitas, com os Pinipons, com a Polly Pocket... ou então ia pôr uma vídeocassete no vídeogravador, e ia ver um filme de desenhos animados: A Bela e o Monstro, ou o Peter Pan, ou O Rei Leão... Já tinha estes planos para o caso de chover. Se estivesse bom tempo, ia até Belém, para junto da Torre, para o jardim, correr, jogar à bola ou saltar à corda e, se tivesse lá amiguinhas, saltar ao elástico: 1-2-3, 1-2-3, 1-2, 1-2, 1, 1, 1! Por isso, não vou a lado nenhum! Não me podem levar, já disse! Não me podem tirar o fim-de-semana, senão não tenho tempo para fazer estas coisas. O quê? Eu já não tenho estas coisas? Como assim já não tenho o fim-de-semana? Estás a dizer que até ao fim-de-semana trabalho e até tarde da noite?! Mas, mas... como é que isso me foi acontecer?! Ah ok! Entendo... sim, claro, como pude esquecer? Já não sou uma criança, claro! Pensei que fosse um sonho... claro, claro, tenho é de aproveitar o feriado, porque amanhã vou trabalhar.