quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Esperei-te no Jardim das Almas
Sozinha, sentada num banco frio
As folhas caíam a meus pés, calmas
Ignorando o meu interior vazio.
Fechei os olhos e não me segurei
As lágrimas cortaram a minha cara
Foram punhais que eu chorei
Abriram ferida que não sara.
O vento gélido aquece o meu peito
quando já nada o consegue fazer
quando tudo deixou de ser perfeito
e a realidade decidiu aparecer
A negritude bateu à minha porta
e eu deixei entrar, sem oposição
deu comigo deitada, mas não morta
de olhar baço e sem reacção.
Carregou-me nos seus braços
Apresentou-me a noite escura
Desfez-me os nós, deixou-os laços
libertei-me, respirei e voei segura.


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ponto de situação

Estou cansada. Mesmo muito. Nunca pensei que custasse tanto. Ainda não comecei a trabalhar e já me sinto cansada. Mas esta busca pelo emprego perdido começa a esgotar-me. Esta semana, então, foi terrível. Agora sei o que passaram aqueles que fizeram isto há 3/4 meses atrás. Para vocês, a minha sincera homenagem!
No fundo, eu sou aquilo a que vulgarmente se dá o nome de... "atrasada": eu estou a fazer agora aquilo que as pessoas normais fizeram na altura normal. Mas eu sou assim: tipicamente portuguesa! Deixo tudo para a última.
Mas a realidade é que estou cansada. Física e psicologicamente. Saio de uma pressão para outra sem ter tempo para respirar. É natural que me esteja a ressentir. Se, porventura, tenho forças em mim que desconheço, então, agora é a altura de as conhecer.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A (praticamente) 2 meses

Numa inocente ida ao hipermercado, dou de caras com o primeiro sinal...


A 2 meses do "grande acontecimento", parece que os sabores natalícios já andam por aí...

E a mim que ninguém me avisou de nada... afinal, ainda ando de t-shirt e sandálias! Não era suposto estar frio para começar a receber o Natal, já que os preparativos para este começam cada vez mais cedo?!?


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Faz hoje um ano que iniciei a minha aventura bloguística. Se bem me lembro do propósito da criação do blog, ele nasceu porque eu senti necessidade de prestar homenagem às estrelas que compõe o meu céu. E as minha pequena homenagem traduziu-se não só em textos que contemplavam o que eu sentia por elas, mas também em pensamentos, considerações, estados de alma que projectavam o meu "eu" mais profundo, de forma a que as pessoas que visitassem o blog pudessem saber um pouco mais sobre mim e que, de alguma maneira, elas sentissem que não só fazim parte do meu firmamento, mas que eu também podia fazer parte do delas.
Amizade, Amor, ódio, ironia, paixão, loucura, ingenuidade... tudo isto passou por mais de 50 posts, ao longo deste primeiro ano de vida. E irá continuar a fazer parte (menos a parte do ódio, que é uma coisa que eu odeio sentir... e também a ingenuidade, acho que já bastou 23 anos dela!), desde que tenha tempo e inspiração. E para me inspirar, eu conto com vocês, assim como em tudo na minha vida.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

E agora, um pouco de "O Sexo e a cidade"...

... ou porque nos atrai o género errado de homem?



Hoje, após uma entrevista de emprego que podia ter corrido melhor mas que não correu mal de todo, cheguei a casa e, depois de despir a personagem de "recém-licenciada em busca do emprego perdido", estiquei-me no sofá, estores semi-cerrados, e assisti a um episódio de uma série que só muito recentemente me chamou a atenção: "Grey´s anatomy", ou, em português, "Anatomia de Grey" (e não é que está bem traduzido?!). O episódio de hoje chamou-me particularmente a atenção por causa desta personagem:



De forma a poder contextualizar o propósito deste post e sem querer contar a série toda, apresento-vos o Dr. Mark Sloan (Eric Dane). O Dr. Sloan era o melhor amigo do Dr. Derek Shepherd. Porém, não hesitou em traí-lo com a sua mulher, a Dra. Addison Montgomery-Shepherd. Apesar disso, Derek pareceu superar a traição com a ajuda da protagonista da história, Meredith Grey.
Serve esta pequena sinopse para chegar ao episódio de hoje: para além de Addison, Mark Sloan conseguiu ainda que outra interna, Callie Torres, afogasse as mágoas nos seus braços e, como se não bastasse, Meredith, ao ter sido destacada para uma cirurgia com ele, este não se furtou a lançar o seu charme e sedução, mesmo sabendo da história desta com Derek.
Se forem mulheres e estiverem a ler este post, de certeza que se estão a rir, ao mesmo tempo que abanam a cabeça, com aquele riso de como quem diz : "Curioso. Onde é que eu já vi isto antes?".
Acreditem, aconteceu-me a mesma coisa quando o episódio acabou. Mas, para além de ter soltado esse sorriso curioso, também pensei algo que não estava à espera que fosse um pensamento que se atravessasse na minha cabeça: "What a bastard! What a man!". Assim mesmo, em inglês e tudo! Fiquei surpreendida comigo mesma, believe it or not! Porque, no fundo, aquela personagem representa tudo o que eu não advogo: deslealdade, traição, dissimulação, desonestidade, altivez, machismo. E, no entanto... não me coibi de o apreciar como homem. Ou seja, aquele homem, de facto, fazia de mim... quase tudo. O que me leva à questão central (ou à questão "à la" "Sexo e a Cidade", mais especificamente, "à la" Carrie Bradshaw): porque nos sentímos atraídas pelo género errado de homem? Ou será que o género errado é que é o certo? No fundo, sabemos distinguir o certo do errado?
Olhando para a fotografia acima publicada, percebe-se porquê estas interrogações todas: é, de facto, um belo exemplar do sexo oposto. Mas será isso suficiente para pôr em causa todos os valores em que sempre acreditámos, tudo aquilo pelo qual norteamos a nossa vida? Não nego que aparência é importante. Sem querer cair na brejeirice mas já correndo esse risco, os olhos também comem. Mas até que ponto isso influencia as nossas escolhas?
Eu sei, é incrível, as questões que se levantam num pequeno momento de lazer. E isto depois de, ontem, ter assistido, embevecida, a um pequeno grande gesto romântico protagonizado por um casal de queridos amigos.
Afinal, os gestos românticos ainda me derretem...
Acho que já percebi: o perigo é se um sacana me oferecer flores...

sábado, 13 de outubro de 2007

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Reminders to myself


1. Tirar um curso (check!)














2. Escrever um livro





















3. Aprender a tocar guitarra













4. Plantar uma árvore












5. Ter um ou dois "rebentos"














6. Dar a volta ao mundo em bem mais de 80 dias













7. ...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Been there, done that!

Acabou. Nem acredito. A escassas horas de ter terminado o último desafio, ainda estou nas nuvens. Ainda não caí em mim. Ainda não realizei que o ciclo se fechou e que o início de outro está prestes a começar. Mas, principalmente, nem sei o que sentir. É incrível... sonhei com este momento várias vezes, tantas que nem têm conta: como seria, o que faria, o que diria, como reagiria. E, por mais que tivesse imaginado, nunca, nenhum desses momentos, se aproximou daquilo que realmente se passou. É verdade que fiquei contente, extasiada, louca mesmo!, só queria rir!!! Mas, por outro, não consegui abstrair-me do que se passou com outras pessoas... é mais forte do que eu! E não estou a "fazer género": a infelicidade dos outros eclipsa a minha própria felicidade.
Mas, acima de tudo, estou muito grata: estou grata por tudo o que vivi nos últimos 6 anos, por toda a força, por todo o apoio, por todo o amor, por tudo o que de bom me deram as pessoas que compõem o meu coração. O meu sucesso é também um bocadinho delas. Sem elas, ou melhor, sem vocês, tenho a certeza que não teria conseguido. E, por isso, o meu muito obrigado.


Para ti, que estás a passar um mau bocado eu desejo-te muita força! Estou contigo para o que der e vier e nunca deixes de acreditar, porque eu acredito em ti (como tu acreditaste em mim).

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Saudade

Tenho saudades de dizer que gosto de ti. De te pegar na mão e de te dizer que vai correr tudo bem. De te emprestar o ombro como "enxugador" de lágrimas. De te fazer rir quando só te apetece chorar. De ter conversas fúteis contigo. De falar a sério contigo. De estar contigo simplesmente, sem medo que haja silêncios, porque connosco, os silêncios nunca foram desconfortáveis. De projectar o futuro e de recordar o passado. De cortarmos as nossas falas a meio porque temos novidades para contar e as conversas entrelaçam-se harmoniosamente. Sinto a tua falta. Sinto falta de ouvir a tua voz, da tua gargalhada, do sorriso dos teus olhos... Sinto falta do teu abraço, do teu beijo na testa, da festinha na cabeça. Sinto falta das tuas palavras confortáveis, dos teus conselhos apaziguadores, dos teus avisos e das tuas frases feitas que ditas por ti, nunca soam a cliché, mas sim a algo novo, nunca antes proferido...
Cheguei à conclusão de que me fazes falta todos os dias. Talvez o tenha concluído agora porque só agora me dei conta que os dias estão diferentes, passam de maneira diferente... já não se passam como antes (é essa a diferença que ainda me custa a aceitar!). O antes já não é o agora e não será, com certeza, o depois. Mas eu, no depois, não me quero sentir como agora: com saudades tuas. Porque isso significaria que o agora durou tempo demais.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Queria escrever alguma coisa
que te chegasse de mansinho
que te dissesse baixinho
para que ninguém nos oiça.
Só para saberes como estou
indo, vivendo, respirando...
mas ainda não amando,
o vazio foi o que me restou.
Que as minhas palavras te aqueçam
nas noites frias que se aproximam
Para os dias gelados que se avizinham
que os meus braços te esqueçam
que os meu lábios te percam
e os meus olhos te desvaneçam!
Queimei-te e rasguei-te de dentro de mim
Apaguei-te da minha memória
Já nem há nenhuma história
que nos lembre juntos no fim...
por minha honra e minha glória
renasci! e o futuro quer-me assim.
Olho pela janela e vejo o mundo
com outros perfumes e outras cores
Novos sons que me despertam amores
E me embalam num sono de um segundo.