quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sinto o coração a arranhar. A garganta queima-me como se uma fogueira me consumisse por dentro. Do nada. Que é feito das lágrimas que eu chorava? E eu queria chorar. Chorar como nunca chorei antes. Secar as vias lacrimais até à exaustão. Que pedra esta que se instalou em mim? Que líquido este que corre nas minhas veias? Este sangue já não ferve como fervia. Está morno, lento, corre sem gosto... Já não me tenho como dantes. Há cordas que prendem e estrangulam, me cortam a respiração. Os olhos que não fecham e resistem ao sono. A trisiteza que ameaça chegar, interrompendo a convivência entre a tranquilidade e a alegria. O olhar vazio que foca um ponto no espaço tentando organizar os pensamentos contraditórios que se degladiam por um lugar de destaque no cérebro. Queria definir aquilo que tenho. Queria arranjar palavras certas para descrever o que sinto. Mas sou incapaz. Não consigo. Tenho tudo para estar bem, mas não estou. Hoje não estou. Esta semana não estou. Sinto as facas no peito e nas costas. Sinto-as a perfurar-me eu eu deixo... não consigo retaliar. Não me apetece jogar. Não me apetece não ser eu. O cansaço... o cansaço.... todas as coisas que aprendo, todas as coisas que sei, tudo o que vejo, tudo o que sinto. O cansaço.

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